INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 23/2022
(Aprovada
pela Portaria n° 811, de 30/12/2022, a partir de
31/03/2023)
Sistema de chuveiros automáticos
SUMÁRIO
1
Objetivo
2
Aplicação
3
Referências normativas
e bibliográficas
4
Definições
5
Procedimentos
6
Documentação
ANEXOS
A Passos básicos
para cálculos hidráulicos de chuveirosautomáticos
B Relatório
de comissionamento e inspeção
periódica dosistema de chuveiros automáticos
C Relatório de inspeção do sistema de chuveirosautomáticos
D Sinalização do registro
de recalque do sistema dechuveiros automáticos
Adequar o texto da norma NBR 10.897 – Sistemas de
proteção contra incêndio por chuveiro automático da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), para
aplicação na análise e vistoria de projetos/processos submetidos ao Corpo de
Bombeiros Militar, atendendo ao previsto
no Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco do
Estado do Rio Grande do Norte em vigor.
2.1 Esta Instrução Técnica (IT) aplica-se a todas as edificações onde é
exigida a instalação de chuveiros automáticos, de acordo com as Tabelas 6B a 6M.3 da IT 01 – Parte I.
2.2 Adota-se a NBR 10.897 – Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiro
automático, com as adequações constantes no item 5 desta IT.
2.3 Nos locais destinados a depósito deve ser aplicada a IT 24 – Sistemas de
chuveiros automáticos para áreas de depósitos.
Instrução Técnica nº 19/19 do Corpo de Bombeiros da Polícia
Militar do Estado de São Paulo.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
(ABNT). NBR 10897: Sistemas de proteção contra incêndio por chuveiro
automático. Rio de Janeiro: ABNT;
NFPA 13 - Standard for the Installation of SprinklerSystems.
Aplicam-se as definições constantes da IT 03 –
Terminologia de segurança contra incêndio.
5.1 Os sistemas de proteção por chuveiros automáticos devem ser elaborados de
acordo com critérios estabelecidos em normas técnicas brasileiras, sendo aceita
a norma NFPA 13 da National Fire Protection Association, se o assunto não for
por elas contemplado. A classificação do risco, área de operação, tabelas e
demaisparâmetros técnicos devem seguir os critérios contidos nasnormas
técnicas.
5.2 Para fins de apresentação junto ao Corpo de Bombeiros, deve ser elaborado
um projeto técnico com simbologia atendendo ao contido na IT 03 – Terminologia
de segurança contra incêndio, devendo ser apresentado oprojeto preliminar, de
acordo com as normas técnicas, contendo o esquema isométrico da área de
operação e caminhamento da tubulação até o abastecimento de água.
5.2.1
O projeto executivo do
sistema de chuveiros automáticos não necessita ser encaminhado para análise
junto ao Corpo de Bombeiros, mas deve estar à
disposição na edificação para suprir possíveis dúvidas do agente vistoriador.
5.3 Nas edificações onde houver exigência da instalação do sistema de
chuveiros automáticos, deve-se atender a toda área de edificação, podendo, a
critério do projetista, deixar de abranger a casa do zelador, quando localizada
na cobertura.
5.4 Nas edificações existentes, onde não exista exigência do sistema de
chuveiros automáticos ou quando este for propos- to como solução técnica alternativa, pode ser utilizada a ins-
talação parcial, atendendo-se às demais exigências previstas nas normas
técnicas oficiais.
5.5 A critério do projetista, a instalação de chuveiros auto- máticos em casa
de máquinas, subestações, casa de
bombas de incêndio, sala de gerador e similares onde haja exclusivamente
equipamentos elétricos energizados,pode ser substituída pela
instalação de detectores de incêndio, ligados ao sistema de alarme do prédio ou
ao alarme do sistema de chuveiros automáticos.
5.6 A substituição prevista no item 5.5 fica limitada a compar timentos com
área máxima de 200 m².
5.6.1
Aplicam-se os mesmos critérios
para os CPDlocalizados no interior das edificações, sendo que os compartimentos ficam
com área máxima limitada a 40m² desde que exista compartimentação entre CPD e
os ambientes adjacentes.
5.7 Nos casos de edificações com ocupação mista, a reserva de incêndio deve
ser calculada em função da vazão do
risco mais grave e do tempo de funcionamento do risco predominante.
5.8 O dimensionamento do sistema deve ser feito por cálculo hidráulico.
5.8.1
O dimensionamento por
tabelas pode ser utilizado nas situações de ampliação ou modificações de
sistemas existentes calculados por tabela.
5.9 Nos casos em que hidrantes e mangotinhos sejam insta- lados em conjunto
com o sistema de chuveiros automáticos, as vazões e pressões mínimas exigidas
na IT 22 – Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio,
devem ser garantidas, sendo somadas as reservas efetivas
de água para o combate a incêndios, atendendo aos requisitos técnicos previstos nas normas técnicas
oficiais.
5.10 Nas edificações elevadas, constituídas de múltiplos pavimentos, serão
aceitos os limites de área máxima prevista na
NBR 10897 para cada válvula de governo e alarme, sendo que após a instalação de pelo menos uma, no pavimento mais
baixo, para cada limite de área atendida, nos demais pavimentos deverão ser previstos comandos setoriais (conexão
setorial de dreno, ensaio e alarme) nas respectivas prumadas de cada válvula degoverno e alarme.
5.10.1
Caso a reserva e bomba
sejam elevadas, não há necessidade de previsão de Válvula de Governo e Alarme
(VGA) na prumada principal, mantendo-se as Válvulas de Comando Setorial nos
pavimentos, desde que as áreas dos pavimentos não ultrapassem os limites de
área máxima prevista na NBR 10897 para cada válvula de governo e alarme.
5.11 Quando não houver necessidade da instalação de mais do que uma válvula de
governo e sendo a reserva efetiva, situada acima do pavimento mais elevado, a instalação desta válvula de governo pode ser
dispensada, substituindo-se por válvula de retenção instalada na expedição da
bomba e chave de fluxo para
acionamento do alarme, de modo que atenda às funções da válvula de governo e
alarme.
5.12 O gongo hidráulico, normalmente presente nasválvulas de governo e alarme, pode ser substituído pelo alarme elétrico,
interligando a mesma ao sistema de alarme principal da edificação, de forma a avisar quando passar água no sistema
a partir do funcionamento de um único chuveiro.
5.12.1
O circuito do alarme de
que trata este item deve ser supervisionado.
5.13 O registro de recalque para chuveiros automáticos deve conter sinalização
e indicação claras, de forma a ser diferenciado
do recalque do sistema de hidrantes, de acordo com o Anexo D desta IT.
5.13.1
O dispositivo de recalque
deve ser duplo e preferencialmente do tipo coluna. Onde houver impossibilidade técnica o dispositivo de
recalque pode ser instalado no passeio público, de acordo com o Anexo D desta
IT.
5.14 Não são aceitas placas de orifício para balanceamento do sistema de
chuveiros automáticos.
5.15 Quando for necessária a
redução de pressão, em sistemas conjugados ou não, devem ser utilizadas
válvulas redutoras de pressão,
aprovadas para o uso em instalações de proteção contra incêndios.
5.16 Nos locais com forros combustíveis, os chuveiros automáticos devem ser instalados
acima para proteção do espaço entre forro.
5.17 Quando houver forros classe I ou II-A, conforme parâmetros da IT 10, os
chuveiros automáticos devem ser instalados para proteção do espaço entre forro somente se houver carga de
incêndio.
5.17.1
As eletrocalhas fechadas
não caracterizam carga de incêndio para os critérios de proteção estabelecidos neste item.
5.18 As varandas permanentemente abertas que não possuam material combustível
armazenado estão isentas do sistema de chuveiros automáticos.
5.18.1
O material de acabamento e
revestimento das varandas deve ser incombustível.
5.18.2
Não poderá ser realizado
qualquer fechamento, parcial ou total, nas aberturas das varandas, nem
alteradas suas características construtivas.
5.19 O dimensionamento do sistema de chuveiros automáticos para edificações do
Grupo C, que possuam armazenamento superior
a 3,70 m de altura, deve ser
feitode acordo com a IT 24.
5.20 Os vestiários com área superior a 100 m², localizadosem edificações onde
se exige sistema de chuveiros automáticos, devem ser protegidos pelo sistema.
5.21 Em salas pequenas de risco leve, com teto desobstruído e área de piso de
no máximo 75 m², fechadapor paredes e teto incombustíveis, os chuveiros podem
serposicionados a até 2,70 m de qualquer parede, desde que toda área da sala
esteja protegida, e que sejam
atendidas as limitações de espaçamento e áreas máximas de
cobertura por chuveiro automático previstas na NBR 10.897.
6.1 Quando se tratar da solicitação da primeira vistoria de edificações
dotadas de sistema de chuveiros automáticos, o responsável técnico pela
instalação do sistema deve realizar as atividades de comissionamento do sistema
de acordo com o relatório de comissionamento do sistema deacordo o Anexo B
desta IT.
6.1.1
O relatório de
comissionamento do sistema de chuveiros automáticos é parte integrante do
Processo de Segurança Contra Incêndio, devendo ser elaborado por profissional
habilitado e ser entregue no ato da vistoria do Corpo de Bombeiros, acompanhado
de seu respectivo comprovante de responsabilidade técnica.
6.2 Quando se tratar da solicitação da renovação de vistoria de edificações
dotadas de sistema de chuveiros automáticos, o responsável técnico pela
manutenção do sistema deve realizar as atividades de inspeção do sistemade
acordo com o relatório de inspeção do sistema de chuveiros automáticos previsto no Anexo C desta IT.
6.2.1
O relatório de inspeção do
sistema de chuveiros automáticos é parte integrante do Processo de Segurança
Contra Incêndio, devendo ser elaborado por profissional habilitado e ser
entregue no ato da vistoria do Corpo de Bombeiros, acompanhado de seu
respectivo comprovante de responsabilidade técnica.
A técnica de projeto hidráulico pode ser resumida em 15 passos básicos. Estes
passos podem ser usados como um guia para o projeto do sistema ou como um “checklist”
para a análise do projeto:
Passo 1: Identificar a ocupação ou o risco a ser protegido;
Passo 2: Determinar o tamanho da área de aplicação
dos chuveiros automáticos;
Passo 3: Determinar
a densidade de projeto exigida;
Passo 4: Estabelecer o número de chuveiros contidos
na área de cálculo;
Passo 5: Determinar o formato da área de cálculo;
Passo 6: Calcular a vazão mínima exigida para o
primeiro chuveiro;
Passo 7: Calcular a pressão mínima exigida para o
primeiro chuveiro;
Passo 8: Calcular
a perda de carga entre o primeiro
e o segundo chuveiro;
Passo 9: Calcular
a vazão do segundo chuveiro;
Passo 10: Repetir os Passos 8 e 9 para os chuveiros
seguintes até que todos os chuveiros do ramal estejam calculados;
Passo 11: Se a área de cálculo se estender até o
outro lado da subgeral, os Passos
6 até 9 são repetidos para o
lado oposto. Os ramais que cruzam
deverão ser balanceados com a mais alta pressão de demanda;
Passo 12: Calcular o fator K para a primeira subida,
com fatores adicionais calculados para as linhas desiguais;
Passo 13: Repetir os Passos 8 e 9 para as subidas
(ao invés de chuveiros) até que todas as subidas da área de cálculo tenham sido calculadas;
Passo 14: Computar a perda de carga no ponto de
abastecimento com as compensações devido a desníveis geométricos, válvulas e
acessórios e diferença de materiais da tubulação enterrada;
Passo 15: Comparar a vazão calculada com o
suprimento de água disponível.
Revoga a Instrução Técnica n°
23, de 10/08/2018.