INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 15/2018
(Revogado pela Instrução Técnica n° 15-8, de
30/12/2022, a partir de 31/03/2023)
(Será Aprovada pela Portaria N° 346, de 10/08/2018, em
11/11/2018).
Controle de fumaça
Parte VIII – Aspectos de segurança
18 ASPECTOS DE SEGURANÇA DO PROJETO DE SISTEMA DE CONTROLE DE FUMAÇA
18.1.1 Quanto à falha na análise
18.1.1.1 Todo sistema de controle de fumaça deve ser submetido a uma
simulação de falha de análise, para determinar o impacto de erros de projeto,
operação indevida do sistema ou operação parcial de cada componente principal
do sistema.
18.1.1.2 Particularmente merecem atenção os sistemas que tem por
objetivo manter uma pressão ou o equilíbrio entre áreas adjacentes, visando a
controlar o movimento da fumaça para o átrio.
18.1.1.3 Deve ser previsto que a falha na operação de um determinado
componente poderá causar a reversão do fluxo de fumaça e a queda da camada de
fumaça a níveis perigosos.
18.1.1.4 Deve ainda ser verificado, quando da ocorrência de uma falha, o
grau em que as operações de controle de fumaça serão reduzidas e a
probabilidade de se determinar estas falhas durante a operação do sistema.
18.1.2 Quanto à confiabilidade
18.1.2.1 A confiabilidade no sistema de controle de fumaça depende de
seus componentes individuais, da dependência funcional entre estes, bem como no
grau de redundância previsto.
18.1.2.2 Uma avaliação deve ser elaborada para cada componente do
sistema e/ou o seu conjunto, a fim de verificar se o sistema não sofre uma pane
quando submetido a um incêndio.
18.1.2.3 Desta forma, além da previsão de uma manutenção constante e de
testes de funcionamento do sistema, torna-se necessária uma análise total sobre
a sua confiabilidade.
18.1.2.4 A supervisão dos componentes aumenta a confiabilidade no
sistema, pode ser obtida por meio das indicações audiovisuais da ocorrência de
uma falha, que possibilita a rápida solução do problema.
18.1.3 Quanto aos testes periódicos
18.1.3.1 Devem ser criados alguns meios para testar periodicamente o
sistema, a fim de se verificar, e confiar, no desempenho e funcionamento
correto do sistema de controle de fumaça.
18.1.3.2 Esses meios de teste não devem ser obtidos por equipamentos especiais,
mas baseado nos próprios equipamentos constituintes do próprio sistema.
18.2 Equipamentos e controle
18.2.1 Informações gerais
18.2.1.1 A dinâmica, flutuação, coluna e estratificação da fumaça,
juntamente com a largura e altura dos átrios, devem ser consideradas na escolha
do sistema de controle de fumaça.
18.2.1.2 Cuidados especiais devem ser adotados para edificações que
tenham temperaturas internas elevadas, decorrentes da capacidade dos elementos
construtivos de fechamento lateral e cobertura do átrio suportarem este
acréscimo de temperatura.
18.2.2 Sistema de renovação do ar
18.2.2.1 Os sistemas de ar-condicionado podem ser adaptados para
funcionar na admissão de ar externo, desde que as grelhas estejam posicionadas
corretamente e possuam capacidade e permitam velocidades apropriadas.
18.2.2.2 Neste caso, estes sistemas devem prevenir a admissão de ar, até
que o fluxo de exaustão tenha sido estabilizado, visando a evitar a entrada de
ar não controlada na área de fogo.
18.2.2.3 Quanto à utilização na exaustão de fumaça, geralmente os
sistemas de ar-condicionado não têm a capacidade para este fim, decorrente de
não possuírem grelhas para exaustão, localizadas nos locais apropriados para
uma eficiente exaustão.
18.2.2.4 Caso o sistema de ar-condicionado não integrar o sistema de
controle de fumaça, cuidados especiais devem ser observado para que:
a. O sistema de ar-condicionado seja desligado imediatamente quando
da ocorrência do incêndio;
b. Sejam previstos meios internos aos dutos, a fim de se evitar a
propagação de fumaça e gases nocivos a outros para áreas adjacentes e pisos
superiores ao local sinistrado.
18.2.3 Sistemas de controle
18.2.3.1 A simplicidade deve ser o objetivo do gerenciamento do sistema
de controle de fumaça.
18.2.3.2 Sistemas complexos devem ser evitados, pois:
a. Tendem a ser confusos;
b. Podem não ser instalados corretamente;
c. Podem não permitir testes apropriados;
d. Geralmente não se refletem na realidade em caso de um incêndio.
18.2.4 Coordenação
18.2.4.1 O sistema de gerenciamento deve coordenar completamente o
sistema de controle de fumaça.
18.2.4.2 Devem gerenciar a sinalização de todos os sistemas que
interferem ou contribuem com o sistema de controle de fumaça (sistema de
chuveiros automáticos, sistema de ar-condicionado, sistema de detecção etc.).
18.2.5 Tempo de resposta
18.2.5.1 A ativação do sistema de controle de fumaça deve se iniciar
imediatamente após receber o comando/aviso de ativação.
18.2.5.2 O gerenciamento deve ativar todos os componentes que compõe o
sistema de controle de fumaça na sequência necessária e projetada para um perfeito
funcionamento.
18.2.5.3 Cuidados especiais devem ser observados quando do desligamento
do sistema de controle de fumaça, a fim de evitar danos.
18.2.5.4 O tempo total de resposta, incluindo aquele necessário para a
detecção, parada de operação do sistema de ar condicionado (quando houver) e
entrada em operação do sistema de controle de fumaça, devem ser projetados para
que o ambiente interno da edificação não se torne perigosos.
18.2.6 Instrumentalização e supervisão dos sistemas de controle de fumaça
18.2.6.1 Cada componente ou parte do sistema precisa de meios para
assegurar que entre em operação quando necessário.
18.2.6.2 Os meios podem variar de acordo com a complexidade do sistema.
18.2.6.3 As seguintes confirmações devem ser observadas:
a. Acionamento de ventiladores e insufladores
de ar externo;
b. Ativação de exaustores por meio de pressão do duto;
c. Ativação de insufladores de ar;
d. Problemas de energia ou controle dos sistemas de instalação
elétrica;
e. Obstruções ao fluxo de ar e extração de fumaça;
f. Falha geral no sistema;
g. Outras essenciais ao bom funcionamento do sistema.
18.2.7 Acionamento manual
18.2.7.1 O acionamento manual de todos os sistemas deve estar localizado
numa área central.
18.2.7.2 Tais controles devem estar aptos a superar quaisquer falhas de
acionamento automático.
18.2.8 Fornecimento elétrico
18.2.8.1 Instalações elétricas devem atender aos requisitos das normas
técnicas oficiais.
18.2.8.2 Essas instalações devem estar localizadas em áreas que não
serão afetadas pelo incêndio.
18.2.9 Materiais
18.2.9.1 Materiais e equipamentos utilizados para o controle de sistemas
de fumaça devem ser apropriados ao fim a que se destinam.
18.2.10 Testes
18.2.10.1 O sistema de controle de fumaça e seus e subsistemas, devem
ser testado nos critérios especificados em projeto.
18.2.10.2 Os procedimentos de teste são divididos em três categorias:
a. Testes dos componentes do sistema;
b. Testes de aceitação;
c. Testes periódicos e de manutenção.
18.2.11 Testes dos componentes do sistema
18.2.11.1 Os objetivos dos testes dos componentes do sistema são de
estabelecer que a instalação final satisfaça os requisitos do projeto, funcione
corretamente e esteja pronta para os testes de aceitação.
18.2.11.2 Os testes devem ser feitos por profissional ou entidade de
reconhecida especialização, de preferência sem vínculo de qualquer espécie com
a firma que executou instalação. Quando os testes forem feitos pela firma
instaladora, recomenda-se que o procedimento seja feito sob a supervisão do
agente fiscalizador do empreendimento, ou do projetista da instalação que
poderá ser contratado para esta finalidade.
18.2.11.3 Antes do teste, o responsável técnico por ele deve verificar a
integridade da edificação, incluindo os seguintes aspectos arquitetônicos:
a. Integridade de qualquer parte, andar ou outra obstrução que
resista à passagem da fumaça;
b. O projeto de fogo esperado (caso seja dimensionado);
c. O perfeito fechamento de portas e elementos de construção considerados
no projeto de controle de fumaça;
d. A rapidez, volume, sensibilidade, calibragem, voltagem e
amperagem.
18.2.11.4 Os resultados dos testes devem ser documentados por escrito.
18.2.11.5 O teste deve incluir os seguintes subsistemas, uma vez que podem
afetar ou ser afetados pela operação do sistema de gerenciamento de fumaça:
a. Sinalização de detecção do incêndio;
b. Sistema de gerenciamento de energia;
c. Equipamento de ar-condicionado;
d. Sistema de controle de temperatura;
e. Fontes de energia;
f. Interrupção de energia;
g. Sistemas automáticos de supressão;
h. Operação automática de portas e fechamentos;
i. Outros sistemas que interferem no sistema de controle de fumaça.
18.2.12 Testes de aceitação
18.2.12.1 O teste de aceitação deve confirmar que as instalações finais
dos equipamentos/subsistemas que integram o sistema de controle de fumaça estão
de acordo com o projeto e funcionamento apropriadamente.
18.2.12.2 Todas as documentações dos testes dos componentes do sistema
devem estar disponíveis para inspeção.
18.2.12.3 Os seguintes parâmetros precisam ser mensurados durante a
aceitação do teste:
a. Taxa volumétrica de todas as grelhas de extração de fumaça e
introdução de ar, considerando o isolamento de cada setor previsto na divisão
de zonas de atuação do sistema;
b. Direção do fluxo de ar;
c. Enclausuramento de abertura das portas (quando constantes
do projeto);
d. Diferenciais de pressão;
e. Temperatura ambiente.
18.2.12.4 Antes de iniciar o teste de aceitação, todo o equipamento da
edificação deve ser colocado em funcionamento, incluindo os equipamentos que
não são utilizados no sistema de controle de fumaça, mas que podem influenciar
em seu desempenho, tais como a exaustão nos banheiros, elevadores, casa de
máquinas e outros sistemas similares.
18.2.12.5 A velocidade do vento, direção e temperatura externa devem ser
registradas para cada dia de teste.
18.2.12.6 O sistema alternativo de energia da edificação também deve ser
testado.
18.2.12.7 O teste de aceitação deve demonstrar de que os resultados
esperados em projeto estão sendo obtidos.
18.2.12.8 Os testes com bombas de fumaça não fornecerão calor e
flutuação da fumaça como um fogo real, e não se prestam para avaliar o real
desempenho do sistema.
18.2.12.9 Mediante conclusão dos testes de aceitação, uma cópia de todos
os documentos de teste operacionais deve ser entregue ao proprietário e estar
disponível na edificação.
18.2.13 Manuais e instruções
18.2.13.1 As informações visando à operação básica e manutenção do
sistema devem ser fornecidas ao proprietário.
18.2.14 Testes para obtenção do AVCB
18.2.14.1 Um teste geral de funcionamento deve ser executado, quando da
vistoria para obtenção do AVCB.
18.2.15 Modificações
18.2.15.1 Caso ocorra mudança na edificação, um novo projeto de controle
de fumaça deve ser elaborado e, após sua implantação, ser realizados todos os
testes descritos acima.
18.2.16 Testes periódicos
18.2.16.1 Uma manutenção deve incluir testes periódicos de todos os
equipamentos, como sistema de acionamento, ventiladores, obturadores e
controles dos diversos componentes do sistema.
18.2.16.2 Os equipamentos que compõem o sistema de controle de fumaça devem
ser mantidos de acordo com as recomendações dos fabricantes.
18.2.16.3 Os testes periódicos devem verificar se o sistema instalado
continua a operar de acordo com o projeto aprovado.
18.2.16.4 A frequência de teste deve ser semestral e realizada por profissionais
que possuam conhecimento da operação, funcionamento do teste e manutenção dos
sistemas, com Anotação de Responsabilidade Técnica para que a devida atribuição
seja registrada junto ao CREA/RN.
18.2.16.5 Os resultados dos testes devem ser registrados.
18.2.16.6 Para este teste, o sistema de controle de fumaça deverá ser
operado na sequência especificada em projeto.
18.3 Outros métodos de dimensionamento
18.3.1 Os objetivos da proteção por controle de fumaça contidos
nesta instrução podem encontrar uma variedade de metodologias de
dimensionamento.
18.3.2 Esses métodos podem ser aceitos, desde que baseados em
normas de renomada aceitação, previamente submetidas à aprovação do Corpo de
Bombeiros por meio de Câmara Técnica.